terça-feira, novembro 25, 2025

A capital da Ucrânia é novamente alvo dos bombardeamentos russos

Mais uma vez os ocupantes russos atacaram a cidade e a região de Kyiv, causando extensos danos a prédios residenciais e infraestrutura civil em toda a capital ucraniana. Até o momento se sabe de treze pessoas feridas, incluíndo uma criança e, infelizmente, seis mortos. 

Também há destruição na região de Odessa – os portos, os suprimentos de alimentos e a infraestrutura foram atingidos, sem qualquer propósito militar, informa o presidente da Ucrânia.

Também há destruição na região de Odessa – os portos, os suprimentos de alimentos e a infraestrutura foram atingidos, sem qualquer propósito militar, informa o presidente da Ucrânia.

Os russos também atacaram as regiões de Dnipro, Kharkiv, Chernihiv e Cherkasy. Os principais alvos foram o setor de energia e tudo o que mantém a vida normal funcionando. No total, os russos lançaram 22 mísseis de vários tipos, incluindo mísseis aerobalísticos, e mais de 460 drones, a maioria deles russo-iranianos. Sabe-se que quatro drones cruzaram o espaço aéreo de países vizinhos – Moldova e Romênia. É precisamente por isso que todos os aliados e parceiros da Ucrânia devem se lembrar de que vidas precisam ser salvas todos os dias. Armas e sistemas de defesa aérea são importantes, assim como a pressão das sanções sobre o agressor russo. Não pode haver interrupções na assistência militar à Ucrânia. A pressão sobre a rússia deve produzir resultados.

Ver fotos: fotógrafo Yan Dobronosov (por algum erro do sistema, de momento, não se consegue carregar as fotos, espera-se que o bug seja corrigido atempadamente): 


segunda-feira, novembro 24, 2025

FAU operam um dos mais pequenos veículos blindados: Ferret Mk1

As Forças Armadas da Ucrânia receberam um dos mais pequenos veículos blindados do mundo: o histórico veículo de reconhecimento britânico Ferret Mk1, armado com a metralhadora italiana Beretta MG 42/59.

Foi criado na década de 1950 para o exército britânico — pequeno, rápido, com um motor a gasolina Rolls-Royce e uma velocidade de até 93 km/h. Este é um clássico do estilo retro blindado que continua em força. Ferret passou por guerras coloniais, missões de paz e está agora de volta à batalha — sob a bandeira ucraniana.

Em março de 2025, este veículo blindado foi visto como parte da 3ª brigada de assalto separada das FAU durante a libertação da aldeia de Nadiya, na região de Luhansk.

O Ferret Mk1 entrou ao serviço das FAU graças às iniciativas privadas. Por exemplo, em agosto de 2022, a Tanks-A-Lot preparou e transferiu para a Ucrânia o Ferret Mk1, adquirido por particulares. Em outubro de 2022, os militares do Azov receberam veículos blindados Ferret Mk1, nos quais foram instaladas metralhadoras italianas Beretta MG 42/59 (na foto).

domingo, novembro 23, 2025

‼ General russo lidera missão de treino militar na Venezuela — Kirillo Budanov

A rússia continua a manter seu contingente militar na América Latina e está expandindo a cooperação com o regime de Nicolás Maduro. A informação foi divulgada pelo chefe do GUR do Ministério da Defesa da Ucrânia, Tenente-General Kirillo Budanov, em um comentário ao The War Zone

▪ Segundo ele, um contingente russo de mais de 120 militares está atualmente na Venezuela. 

Eles são liderados pelo Coronel-General Oleg Makarevich, comandante do chamado grupo operacional “Equator” (Equador) do Ministério da Defesa da federação russa. É ele quem dirige o treino/amento das forças de segurança venezuelanas. 

“Eles desempenham o papel de conselheiros e instrutores militares. Isso inclui o treinamento de infantaria, forças especiais, operadores de drones, além de trabalho com inteligência e comunicações”, disse Kirillo Budanov. 

O chefe da inteligência ucraniana enfatizou que a rotação de forças russas na Venezuela ocorre há muitos anos e não é uma resposta ao fortalecimento da presença militar americana na região. 

O comandante do grupo, Makarevich, e cerca de 90 russos estão baseados em Caracas; o restante está em instalações em Maracaibo, La Guaira e Ilha de Avedes. 

“As unidades russas provavelmente permanecerão na Venezuela, mesmo que os EUA decidam sobre um cenário de força. A Rússia tentará dialogar diretamente com Washington, sob o pretexto da presença de suas forças militares no país”, enfatizou Kirillo Budanov. 

O comandante do contingente russo na Venezuela, Makarevich, comandou o grupo de tropas de Dnipro durante a invasão em grande escala da Ucrânia. Foi Makarevich quem organizou a explosão da usina hidrelétrica de Kakhovka em junho de 2023 – um crime que causou danos humanitários, ambientais e econômicos significativos à Ucrânia. 

Ler mais em inglês.

Holodomor desenhado pelo Kazimir Malevich

O mentor do movimento vanguardista e o «pai» do suprematismo, pintor ucraniano Kazimir Malevitch é o autor de um desenho a lápis conhecido como «Onde estão o martelo e a foice, há morte e fome» (a citação de uma canção folclórica popular nas décadas de 1920 e 1930).

A imagem retrata três figuras cujas características faciais foram substituídas por uma foice e um martelo, uma cruz e um caixão. Kazimir Malevich é o único artista ucraniano cuja obra conhecida retratou o Holodomor de 1932-1933.

Bónus

Ler o trabalho do Raphael Lemkin: “Soviet Genocide in Ukraine” em 28 línguas, incluindo em português (página 166): https://holodomormuseum.org.ua/wp-content/uploads/2019/04/978-966-2260-15-1.pdf 

sábado, novembro 22, 2025

‼ Ucrânia conseguiu a libertação de 31 civis da Belarus

Como resultado de negociações bem-sucedidas com as autoridades da Belarus, o Quartel-General de Coordenação para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra, conseguiu libertar 31 cidadãos ucranianos, que estavam detidos em território da Belarus. 

Faça click para ver o vídeo

Mulheres e homens ucranianos, detidos em território belaruso e condenados às diferentes penas de prisão – de 2 a 11 anos – retornaram à Ucrânia. A ucraniana mais jovem libertada hoje tem 18 anos e a mais velha, 58 anos. Entre os civis libertados, há pacientes com doenças graves, incluindo o câncro/câncer. Todos os ucranianos libertados receberão toda a assistência médica e reabilitação necessárias. 

Ucrânia expressa a sua gratidão aos Estados Unidos da América e ao Presidente Donald Trump pelo trabalho frutífero na repatriação de civis e militares ucranianos do território da Belarus e da federação russa. Ucrânia agradece também a todas as agências governamentais envolvidas pela ajuda e cooperação. 

O Quartel-General de Coordenação continua trabalhando. Estamos empenhados no retorno de todos!

Glória à Ucrânia!

sexta-feira, novembro 21, 2025

Mercenário indiano pede as autoridades da Índia ajuda na repatriação

O cidadão indiano Azat Sahil Mohamed Hussain veio para a rússia para estudar e, como resultado, acabou entrando na guerra colonial russa como soldado raso numa unidade de ataque.

Azat, de 22 anos, afirma ter sido vítima de um clássico esquema da máquina repressiva de mobilização russa: seu visto expirou e uns «bons russos» lhe ofereceram um simples trabalho, que acabou sendo a distribuição de droga. Quando Azat percebeu em que se meteu e tentou recusar, foi denunciado à polícia. O tribunal russo condenou o indiano aos 7 anos de prisão. O agente penitenciário imediatamente ofereceu ao rapaz uma saída: assinar o contrato com o exército russo, deixar a prisão imediatamente e continuar ganhando dinheiro. Azat concordou, decidindo que era uma boa oportunidade para fugir.

Como milhares de outros estrangeiros que a federação russa usa como boi-de-piranha / bucha de canhão, o indiano foi rapidamente lançado na linha de frente sem quase nenhum treinamento – diretamente nas fileiras de ataque. No terceiro dia, Azat escapou e conseguiu chegar às posições ucranianas, se rendendo, com as mãos levantadas. Agora, no campo de POW na Ucrânia, o rapaz apela aos seus compatriotas, especialmente aos estudantes, para que não repitam os seus erros e não confiem nos russos.

Azat também apelou ao governo indiano para que o levem de volta para casa. Anteriormente, o primeiro-ministro Narendra Modi já havia conseguido chegar a um acordo com as autoridades russas e repatriar muitos dos seus compatriotas, que foram enganados e levados para uma guerra colonial russa. Vamos ver se isso funciona para este pobre rapaz. 

Lembramos que anteriormente o projeto ucraniano «Quero Viver» publicou a lista de 111 cidadãos indianos que lutaram contra Ucrânia (incluindo sete que morreram). Este número representa apenas uma pequena parte do total de indianos recrutados pela rússia, e é evidente que nem todos regressaram vivos a casa.

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🔥GUR MOU atinge os alvos russos na Crimeia ocupada

Os ocupantes russos na Crimeia estão em chamas novamente — os pilotos da unidade “Fantasmas” da GUR destruíram o helicóptero Ka-27 e vários sistemas valiosos e importantes de defesa aérea.

Os ocupantes russos na Crimeia são mais uma vez levaram no focinho — os mestres da unidade especial do Ministério da Defesa da Ucrânia, «Prymary» (Fantasmas), infligiram uma série de perdas ao exército russo de ocupação.

Como resultado da operação na península ucraniana temporariamente ocupada, os seguintes alvos russos foram atingidas com sucesso:

  • Helicóptero marítimo multiusos Ka-27;
  • Complexo de radar aeronáutico «Lira-A10»;
  • Radar 55Zh6U “Nebo-U”;
  • Radar «Nebo-SV» dentro de cúpula;
  • Radar P-18 “Terek”.

Ataques precisos contra alvos russos valiosos e uma impressionante evasão de um míssil do complexo inimigo “Pantsir-S1” — em um vídeo exclusivo.

Bônus — os batedores ucranianos registraram, em vídeo, o movimento de um bando de aves migratórias no céu da Crimeia. 

A luta continua!

Glória à Ucrânia!

A face do neo-fascismo russo: os crimes de guerra contra os POW ucranianos

Militares russos executaram, novamente, os POW das Forças Armadas da Ucrânia, e os neo-nazis(tas) do bando armado russo DShRG «rusich», incitam mais assassinatos de prisioneiros de guerra ucranianos em troca de recompensas monetárias. 

Bando «russich»: «Lançamos o concurso: as primeiras três pessoas...»

Em princípio, não há mais nada a acrescentar. Ucrânia enfrenta o mal absoluto – uma horda de orcos que traz a morte e nem sequer tenta escondê-lo. Os ocupantes russos cometem crimes de guerra abertamente, atacam alvos civis, matam prisioneiros de guerra, desmembram os corpos dos militares ucranianos mortos, filmam e exibem seus crimes. O chefão do bando «rusich», o nazi russo Alexei «Fritz» / «Serb» Milchakov, chega a declarar abertamente que ele e os seus homens são nazistas. Esta é a verdadeira ideologia da rússia moderna. 

Como se pode ver pelas reações dos russos comuns às publicações dos criminosos, o cidadão comum recebe estas notícias e estas imagens com bastante entusiasmo. O povão russo se alegra sinceramente, vendo os «seus meninos» à executarem os prisioneiros de guerra ou decapitarem os mortos. Eles próprios gostariam de terem cometido as atrocidades semelhantes, mas ficam no sofá, somente por medo de morrer. 

Pergunta-se, como os russos conseguem viver consigo mesmos e como viverão no futuro em meio a tudo isso? Quando o regime autoritário apertar ainda mais o cerco, quando os «meninos» do Milchakov assumirem o poder real e mandarem nos executivo russo? Quando os nazis(tas) russos, com bonecos soviéticos nos seus patch e bandeiras vermelhas nas mangas voltarão da frente e terão que, novamente, conviver com os pequenos birgueses de seus vizinhos? 

Todos aqueles, russos ou estrangeiros, que não pretendem a conviver com os milchakovs, podem e devem entrar em contato com o projeto ucraniano «Quero Viver». Ajudem Ucrânia na luta contra assassinos e psicopatas, porque se estes vencerem na Ucrânia, eles virão atrás de vocês. 

Contacte o chatbot «Quero viver»: t.me/spasisebyabot

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quinta-feira, novembro 20, 2025

A guerra de jogos do poder em curso na Igreja Ortodoxa russa (IOR)

O Patriarca russo Kirill (Gundiaev) demitiu abruptamente e colocou em julgamento eclesiástico o seu representante máximo na Europa Ocidental, incluido em Portugal e na Espanha, o Metropolita Nestor (Evgeny Sirotenko), escreve Novaya Evropa.

Na noite de sábado, 8 de novembro, um breve comunicado apareceu no site oficial da IOR: “Por ordem de Sua Santidade Kirill [..] o Metropolita Nestor de Korsun e da Europa Ocidental foi destituído de seu cargo como chefe do Exarcado Patriarcal da Europa Ocidental, bem como das dioceses e paróquias de Korsun, da Diocese Hispano-Portuguesa e das paróquias do Patriarcado de Moscovo/ou na Itália, em decorrência dos processos judiciais eclesiásticos instaurados contra ele. A administração temporária das referidas estruturas canônicas foi confiada ao Metropolita Mark de Ryazan e de Mikhailov.”

Acredita-se que o referido Mark possui o passaporte de um dos paises da União Europeia. Há um ano atrás, na auge do escândalo de cariz homosexual, envolvendo a demissão do Metropolita de Budapeste e da Hungria — Hilarion (Alfeyev), Mark foi encarregado da administração das paróquias da IOR na Hungria.

O Estatuto da IOR não concede ao patriarca russo o direito de destituir unilateralmente exarcas e administradores diocesanos. Tais decisões são geralmente tomadas por um órgão colegiado — o Santo Sínodo. No entanto, a própria existência deste tribunal e a legitimidade de sua composição são temas de debate entre especialistas em direito canônico.

Por um lado, poucos se surpreendem com o facto de o patriarca Kirill governar a IOR de uma forma absolutamente arbitrária, desconsiderando os cânones e as leis. Por outro lado, isso desvaloriza suas decisões — pelo menos aos olhos das estruturas e crentes ortodoxos ao nível internacional, fora da IOR. Por exemplo, o Patriarcado de Constantinopla não tem problemas em aceitar clérigos “expulsos” pela IOR por sua posição contra a guerra russa na Ucrânia, considerando as suspensões moscovitas como canonicamente nulas e sem nenhum efeito.

Bispo Nestor durante a visita de putin ao Centro Espiritual e Cultural Russo em Paris,
29 de maio de 2017. Foto: kremlin.ru

O Metropolita Nestor (Evgeny Sirotenko na vida civil), de 51 anos, desde 1999 serviu na França e na Espanha. Não tem histórico de envolvimento em escândalos públicos. É responsável pelas paróquias da IOR da Europa Ocidental (França, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Espanha, Portugal e Itália). Em 2022-23, ele se permitiu uma discreta dissidência contra o Kremlin — por exemplo, não perseguiu, como era exigido por Moscovo, o Arcipreste de Madrid, Andrei Kordochkin, que denunciou a “natureza satánica” da guerra russa na Ucrânia. De momento os paroquianos da Catedral da Trindade em Paris já estão reunindo/coletando assinaturas em apoio ao seu bispo e, em conversas informais, expressaram inclusive a disposição de apoiar sua saída da IOR, talvez para o Patriarcado de Constantinopla. Afinal, o rebanho ortodoxo no Ocidente é diferente do da rússia, e os paroquianos se insurgem contra as decisões não transparentes da liderança da igreja moscovita.

Evgeny Sirotenko nasceu em 4 de setembro de 1974, em Moscovo/ou. Formou-se na Faculdade de Ciência da Computação do Instituto Histórico e Arquivístico da Universidade Estatal russa de Humanidades e trabalhou no Ministério das Relações Econômicas Externas/Exteriores da federação russa.

“Rejeitando o Mal e a Guerra”

Em 6 de abril de 2022, o Metropolita Nestor e o Arcebispo Francisco Javier Martínez, representante da Conferência Episcopal Espanhola, publicaram uma declaração conjunta condenando as ações da rússia no território soberano da Ucrânia. O texto ainda está disponível no site oficial da Diocese Hispano-Portuguesa da IOR, mas somente em espanhol. O documento começa com uma expressão de solidariedade “aos nossos irmãos ortodoxos, católicos e pessoas de todas as fés em relação à invasão da Ucrânia pela rússia”. Recordando os mandamentos pacifistas do Evangelho, o Exarca Patriarcal da IOR, juntamente com seu homólogo católico, apela para “o fim da violência e da barbárie, e para que se ouça na consciência a voz de Deus, que rejeita o mal e a guerra”.

Quando o Patriarca Kirill, de forma não canônica, suspendeu o Arcipreste Andrei Kordochkin, reitor da Catedral de Madrid de seu ministério, o Metropolita Nestor o protegeu tacitamente e não o demitiu oficialmente da Diocese. Isso provocou a ira de um dos bispos mais agressivos da IOR — o “Exarca da África”, Metropolita Leonid (Gorbachev) que advertiu: “Ninguém está nos pedindo para se lançarmos às baionetas, mas devemos permanecer fiéis. Teremos que tanto ouvir, quanto obedecer”. Apesar desses alertas, em fevereiro de 2023, o vigário de Nestor, Bispo Petru (Prutyanu), concedeu uma entrevista a uma publicação católica na qual expressou uma certa simpatia pela Ucrânia, chamando a guerra russa na Ucrânia de “escandalosa”.

A continuidade dessa linha de ação por parte da liderança do Exarcado da Europa Ocidental, e em particular da Diocese Hispano-Portuguesa, é evidenciada pelo encontro informal de Nestor com o Metropolita Olexandre (Drabinko), figura conhecida na Igreja Ortodoxa da Ucrânia, que Moscovo/ou habitualmente chama de “cismática” e “nacionalista”. O encontro ocorreu em Madrid, em meados de outubro de 2025, quando ambos os metropolitas estavam presentes, e foi inteiramente fraternal. 

Encontro do Drabinko (à esquerda) e Nestor (mais alto) em Madrid

A IOR não apenas proibiu oficialmente aos seus subordinados qualquer contato com a Igreja Ortodoxa da Ucrânia e com o Patriarcado de Constantinopla, como também considera Drabinko um “traidor” e “desertor”, visto que até 2018 ele era um hierarca de alto escalão da IOR na Ucrânia. No contexto da nova onda de emigração ucraniana em massa, gerada pela guerra russa contra Ucrânia, no Ocidente, a IOR tenta se beneficiar da presença ucraniana em massa, atraindo os crentes ucranianos às suas paróquias europeias.

“Jogos, Trapaças e Bispos Fumegantes”

Formalmente, Kirill ordenou que o Supremo Tribunal da Igreja avaliasse a participação do Nestor em torneios internacionais de pôquer (!) e o uso de fundos da igreja para esse fim. Dois Cânones Apostólicos (a parte do direito canônico da IOR) — o 42º e o 43º — preveem a perda da posição de um bispo que “joga dados”, ou seja, participa nos jogos de azar. Um cânone posterior (o 50º do Concílio de Laodiceia) proíbe o clero até mesmo de visitar locais onde tais jogos são realizados. No entanto, no mundo moderno, o pôquer é considerado um desporto/esporte e, em muitos países, existem federações registradas ao nível nacional.

Metropolita Nestor num jogo do pôquer. Foto: pokernews.com

O Metropolita Nestor joga ao nível quase profissional, participando de torneios internacionais sob as bandeiras russa e francesa com seu nome civil, Evgeny Sirotenko. Em 2024 ele ficou em 20º lugar no Campeonato Francês e alcançou o terceiro lugar em um torneio internacional em setembro de 2025. Uma lista completa das conquistas do Metropolita em várias ligas de pôquer pode ser facilmente encontrada no Google. De acordo com as estatísticas oficiais do “The Hendon Mob”, os ganhos totais de Nestor em torneios ao longo dos anos ultrapassaram US$ 47.000, com sua maior vitória individual chegando a mais de US$ 8.000.

Ranking internacional de pôquer do Nestor-Sirotenko. 
Imagem: pokerdb.thehendonmob.com

Segundo o diácono Andrei Kuraev, declarado como “agente estrangeiro” pelas autoridades russas e atualmente residente em Praga, as acusações óbvias contra Nestor “não merecem, de forma alguma, um julgamento”. A IOR passa anos sem reagir as acusações significativamente mais graves — por exemplo, o Metropolita Georgy (Danilov) de Nizhny Novgorod, que construiu um heliporto privado nos terrenos de monumentos históricos protegidos e em cuja igreja eran filmados filmes pornográficos gay, permanece intocável. Uma fonte de uma das paróquias da IOR na Europa Ocidental disse que a ira do Kirill não foi causada pelo jogo de pôquer em si, mas pelo facto de essa informação ser divulgada ao público.

Acredita-se que o posto de Nestor pode ser ocupado pelo atual favorito do Kirill, o metropolita Anthony (Sevryuk), de 41 anos, presidente do Departamento de Relações Externas da IOR. Outro possível candidato ao cargo vago é o bispo Matthew (Andreyev) leal à “política externa pacifista” do Kremlin.

Paróquias russas de inteligência externa

Ao final do quarto ano da guerra russa contra Ucrânia as elites políticas ocidentais começaram a suspeitar que a IOR — no seu formato concebido por Estaline/Stalin em 1943 — dificilmente pode ser chamada de uma organização religiosa. A função principal de muitos de seus clérigos no exterior não era o trabalho pastoral ou o culto, mas sim o desempenho de tarefas muito mais delicadas. Já em 1946, o primeiro presidente do Departamento de Relações Externas, o Metropolita Nikolai (Yarushevich), que viajava livremente pelos países ocidentais, exortava os emigrantes russos a “retornarem à pátria que os aguarda”. Quase todos que acreditaram nele foram presos imediatamente ao cruzar a fronteira soviética e nunca mais retornaram vivos do GULAG. O sucessor imediato de Nikolai e pai espiritual do atual Patriarca da IOR, o Metropolita Nikodim (Rotov) era agente do KGB “Svyatoslav”. Ele abençoava os seus subordinados a colaborar com KGB e até tentou recrutar a liderança do Vaticano, mas morreu (possivelmente envenenado) durante uma audiência com o Papa João Paulo I, conhecido como “Papa Vermelho”. Graças à desclassificação dos arquivos da KGB na Ucrânia, tornou-se público que, nas primeiras décadas após o restabelecimento do Patriarcado de Moscovo/ou ordenada pelo Estaline/Stalin, praticamente 100% de seus bispos foram recrutados pelo KGB e se tornaram agentes ativos. Após o início da guerra russa na Ucrânia em 22.02.2022, a imprensa suica (Sonntagszeitung e Le Matin Dimanche) publicou os materiais da inteligência suíça, com as provas do que o jovem arquimandrita Kirill (Gundyaev), que serviu como representante da IOR no Conselho Mundial de Igrejas em Genebra na década de 1970, era o agente da KGB “Mikhailov”.

Kirill (Gundiaev) de 24 anos, já agente do KGB «Mikhailov» na Suíça

Atualmente, existem aproximadamente 300 paróquias da IOR em funcionamento na União Europeia, no Reino Unido e na Suíça, muitas das quais com uma função de “dupla utilização”. As autoridades da Noruega, Suécia, República Checa, Grécia, Bulgária, Macedônia do Norte e dos Estados Bálticos reconheceram a gravidade do problema dos centros de inteligência russos que operam sob os auspícios de estruturas da IOR. Por exemplo, as igrejas da IOR em Bergen e Stavanger (Noruega) estão localizadas de forma suspeita perto de bases da OTAN, e representantes dessas paróquias tentaram comprar terrenos próximos a outras instalações militares importantes. As autoridades suecas acusaram a paróquia local da IOR de se transformar em uma “plataforma de coleta de informações”. O governador civil do Monte Atos — uma república monástica semi autônoma na Grécia — Anastasios Mitsialis, que chegou ao cargo diretamente da comunidade de inteligência, estava ciente dos riscos do uso contínuo do Monte Atos para atividades subversivas pela federação russa. Representantes da IOR foram declarados persona non grata e expulsos de vários países da UE: em 2023, o arquimandrita Vassian (Zmeyev) e o arcipreste Yevgeny Pavelchuk, clérigos da IOR em Sófia; em 2024, o arcipreste Nikolai Lishchenyuk, reitor do metóquio da IOR em Karlovy Vary em Chéquia. O metropolita Hilarion (Alfeyev) serve atualmente nesta igreja e também se queixa de ameaças das autoridades checas relacionadas à publicação de novas revelações do seu ex-namorado japonês e ao aparecimento de um video de Hilarion num campo de tiro do FSB. Existem, é claro, muitos outros casos de agências de inteligência russas operando sob os auspícios da IOR na Europa, mas métodos eficazes para combater esse tipo de “ministério” da IOR ainda não foram encontrados. Apesar do envolvimento óbvio e comprovado do Patriarca Kirill na incitação à agressão e nas atividades dos serviços secretos, a UE não conseguiu incluí-lo em suas listas de sanções devido à oposição da Hungria e aos esforços do lobby russo. Em suma, a IOR provou ser um bastião confiável dos interesses russos em áreas onde funcionários públicos e os agentes de inteligência russos comuns agora encontram extrema dificuldade de acesso. A a substituição do exarca da IOR, conhecido pela sua postura reconciliadora e mais pacífica, por alguém leal ao FSB/GRU parece perfeitamente lógico para o atual regime russo.

quarta-feira, novembro 19, 2025

O hediondo crime de guerra russo em Ternopil

O mais recente ataque aéreo russo contra a cidade de Ternopil resultou em 25 mortos, dos quais 3 crianças e 93 feridos, 16 dos quais são crianças. Outras 45 pessoas foram salvos pelo Serviço de Emergências (DSNS).

O movimento de drones e mísseis russos nos céus da Ucrânia, 18-19 de novembro de 2025


Os ocupantes russos usaram mísseis e drones de ataque, atingindo dois prédios habitacionais, quando as pessoas estavam simplesmente à dormir. A região de Ternopil é uma das regiões relativamente seguras da Ucrânia e as pessoas não foram ao abrigo...






















Na cidade de Lviv os ocupantes russos atingiram um armazém de pneus.

Cidade de Lviv: alvo russo foi um armazém de pneus...

Fotos: padre Roman Demush; TG canais Real Ternopil; @kazansky2017